"Sem
reforma da Previdência, Brasil vai parar até 2022", diz Bolsonaro
Presidente
participa de Cúpula Sul-Americana no Chile
Publicado em 21/03/2019 - 21:12
Por Pedro Rafael Vilela -
Repórter da Agência Brasil* Brasília
O
presidente Jair Bolsonaro, que está no Chile para participar da Cúpula Presidencial de
Integração Sul-americana, afirmou hoje (21) que a reforma
da Previdência é fundamental para equalizar as contas públicas do Brasil
e, sem ela, o país poderá entrar em colapso até 2022. A declaração foi dada
durante uma transmissão, ao vivo, de sua página oficial no Facebook.
"Eu,
no fundo, não gostaria de fazer a reforma da Previdência, mas, se não fizesse,
estaria agindo de forma irresponsável e, em 2021 ou 2022, o Brasil vai parar se
não fizer essa reforma, infelizmente é isso", afirmou. Durante a
transmissão, que começou às 19h e durou pouco mais de 30 minutos, o presidente
estava acompanhado dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança
Institucional), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União), além do
porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo e Barros, e do deputado
federal Hélio Lopes (PSL-RJ), que integra a comitiva.
Bolsonaro
disse que o país está "quebrado" e lembrou que os problemas se
refletem também para estados e municípios. "Logicamente, vocês sabem que
estamos quebrados, temos uma dívida interna de quase R$ 4 trilhões,
pagamos de juros, por ano, o equivalente a um plano Marshall, aquele que
reconstruiu a Europa após a Segunda Guerra Mundial. Temos um
problema do inchaço de servidores em alguns locais. Tem muitos estados, muitos
municípios que também têm problemas", apontou.
No final
da transmissão, Augusto Heleno, ministro-chefe do GSI, fez um apelo ao
Congresso Nacional e à imprensa em favor da reforma. "Eu gostaria de fazer
um apelo patriótico aos parlamentares e, àquela parte da imprensa, que
sempre criticou o toma lá dá cá, a troca de favores, que façam, a partir de
agora, um exame de consciência", disse. Segundo ele, é preciso pôr
fim ao modelo de troca de favores entre o Poder Executivo e o Parlamento que,
segundo ele, tem vigorado historicamente no país.
No Chile,
o presidente Jair Bolsonaro faz transmissão ao vivo - Marcos Corrêa/PR
"Nós
temos obrigação de mudar isso, a imprensa pode ajudar muito, precisa atuar
patrioticamente, mostrando o que está acontecendo, para que essa troca de favores,
esse toma lá dá cá não volte novamente. Tivemos uma renovação relevante no
Congresso, vamos aproveitar e fazer uma reforma da Previdência, que é um grande
passo para o Brasil", acrescentou.
Reforma dos militares
Bolsonaro
rebateu críticas de a reforma previdenciária para os militares,entregue ontem (20)
no Congresso Nacional, ter sido apresentada junto com a reestruturação da
carreira dos integrantes das Forças Armadas.
"Tem
que levar em conta não só que foi apresentado agora, mas o que estava também
apresentado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, em 2000, uma Medida
Provisória, atualmente a MP 2215, que retirou todos os direitos dos
militares. Foi aprovada apenas a medida provisória dos militares, os demais
ficaram de fora dela", enfatizou.
A MP
citada por Bolsonaro foi editada em 2001 pelo então presidente Fernando
Henrique Cardoso, e revogou o auxílio-moradia pago a militares, além da
retirada de outros benefícios da categoria, como promoção automática, licença
especial e adicional de inatividade. A medida, por outro lado, criou uma nova
gratificação, por localidade especial paga a militares que servem em regiões
"inóspitas" do país. A MP nunca chegou a ser votada pelo Congresso
Nacional, mas segue em vigor porque, na época, as medidas provisórias não
perdiam a validade se não fossem votadas, como ocorre atualmente.
O
presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), deputado
Felipe Francischini (PSL-PR), adiou nesta quinta-feira o anúncio do nome do
relator da proposta de reforma da Previdência na comissão. Segundo o
parlamentar, o nome será divulgado após o governo esclarecer a proposta
dos militares e a reestruturação das carreiras das Forças Armadas. Líderes
partidários haviam condicionado o início da análise da reforma ao envio do
projeto dos militares, que chegou ontem.
O líder
do partido do PSL, Delegado Waldir (GO), informou que pediu o adiamento da
escolha do relator. "Só teremos um nome para a relatoria na CCJ
quando o governo explicar a reforma da Previdência [dos militares]. E não sou
eu que tenho que procurar o governo, eles é que precisam nos procurar",
acrescentou.
O
ministério da Economia, Paulo Guedes, irá à CCJ na próxima terça-feira (26)
para falar sobre as reformas.
*
Colaborou Heloísa Cristaldo
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mais
Edição: Carolina Pimentel
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